Não pare de dançar coração, ainda é tempo de alegria!
- -EoH
- 7 de dez. de 2017
- 2 min de leitura

Ninguém entenderia como os pensamentos tem a capacidade de se arborizar, criar raízes e caules, dentro do meu inconstante universo. Tristemente, quem vê meu sorriso aberto, eufórico, não imagina a tempestade de loucuras do meu coração. Coração, dizem que é ali que vivem os bons sentimentos e os ruins também. O gostar e o desgostar.
Não saber se você ainda gosta de alguém não é algo tão simples como parece, principalmente com o passar do tempo que aos poucos vai mesclando os gostos, as vivências, as rotinas e os sorrisos. Muitas vezes nem precisamos de grandes motivos pra querer desistir do que há tempos dizíamos ser amor, é “só” o coração que parou de dançar em ritmo de carnaval, é só o beijo que não parece mais ter o encaixe perfeito… mas, por quê? Não pare de dançar coração, ainda é tempo de alegria! – grito internamente.
Dói questionar o porquê de algo que não temos controle, como se a culpa fosse nossa ou da pessoa que convive conosco, mas, infelizmente, não adianta perguntar, o coração não sabe responder perguntas vindas da razão. Eu sei que querer segurança no amor febril é uma insanidade, a gente quer garantia, e de garantia mesmo só o momento vivido e o sorriso de poucos segundos atrás; amor sem uma pitada de insegurança, sem medo do erro, do adeus desnecessário, não é amor.
Acontece que eu não sei amar sem morrer de amores; seria esse o mal da alma de quem só sabe amar com tamanha intensidade?! Quando sinto a invasão desses sentimentos, dessa minha intensidade que insiste em olhar com desprezo para a minha calmaria (que cada vez mais dá as caras), entro em colapso e me pergunto dentro de um silêncio que só cabe a mim: será que devemos nos contentar com os avisos do coração e obedecê-los como se a nossa razão não entendesse nada de amor?
Será que um dia as lindas lembranças do passado e a certeza de que somos tão legais juntos, irão vencer a inquietação do coração!? A verdade é que a necessidade do amor febril é um mal da alma que ninguém tira, e poucos sabem lidar, e se sabem é porque não sentem. Calmaria e intensidade nem sempre andam de mãos dadas. Eu sei, eu sei, seria tão mais fácil amar sem perguntar o porvir, sem achar que a sensação de calmaria faz parecer que a vida perdeu a parte intensa, seria tão descomplicado se fossemos peças de um quebra cabeça que se encaixa e não muda de forma, mas a gente muda tanto… Silêncios, conversas e adeus, são opções injustas demais para quem só quer continuar amando como se fosse a primeira vez. Injustíssimas.
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